O MENINO ARDINA
A correr e a saltar
Lá seguia o seu destino
Pelas ruas de lisboa
Sacola ao ombro
Olha o Século, o Diário Popular
Apregoava o menino;
De rosto glabro
Para os elétricos corria veloz
Ou nos autocarros entrava
Para vender todos os jornais
Do revisor se esquivava;
Sempre ao alvorecer
Ou no final de tarde
Pé no chão e manga arregaçada
Fizesse frio ou calor
Ao ombro levava a sacola
Mais pesada que os livros da escola
Um aluno que era um primor
Muito pobre mas educado
Nunca lhe faltou amor
E no bolso um centavo.
Rosto alegre e feliz
Que o tempo ainda conserva.
E.G.
29/06/2017
Foto de: Eduardo Portugal
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