A IDÍLICA VIAGEM DE HEBREU - POEMÁRIO 2018
Quero lançar palavras às nuvens que cobrem o meu caminho
Transformá-las em folhas verdes, ramos viçosos, floridos
Vida de marinheiro... Estranha melancolia a que a noite me conduz
Afaga-me o luar em que me banho de escolhas
Adornando o meu corpo de mil folhas
Enquanto navego pelo estreito de Ormuz.
Acérrima viaje, temporalidade forte é a brisa que se levanta, estou só
Ao comando de um destino... A noite se iluminou
O mar irradiou luz as folhas voltaram aos ramos
A brisa transformou em harpas celestes a minha cruz.
Como serão os caminhos do abandono
Aqueles, que tantos são os que os percorrem em silêncio
Gastam-se as palavras, jorram na garganta súplicas
Rosários de navegante num alarde prenúncio
Anuncia-se ao longe no mar... Desejo quimeras
De outras vidas
Talvez seja apenas o outono
No folhear do meu livro de muitas primaveras.
Lençol de água em que viajo, páginas de rumos profetisa
Sopram versos nas folhas do diário de bordo, suave brisa
Enquanto amanhece soltam-se novos raios de luz.
Fui barqueiro, transportei na alma a esperança do menino
Refugiado da ilha à espera das Caravanas de Bassorá
Insubordino-me nas folhas de um tempo descrito na história
Busco conhecimento, compreender o divino, ouvir um sinal
Que apague tanta lembrança de má memória
Das folhas caídas, ramos em flor afogados num mar
Em que a brisa transformou engolindo vidas inglórias
Em busca de um novo horizonte, um diferente amanhecer, uma luz
Oh! Senhora... Santa de Vitória!
E.G.
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