A MAGIA DO NATAL

Vivemos cada vez mais numa época de consumo desenfreado é inegável! Mas nesta época de Natal o vai e vem é constante quer nas ruas quer nas lojas, numa tentativa de nos munirmos de tudo o que é importante para o festejo desta quadra natalícia. Quer isto dizer que as pessoas de uma maneira geral se preocupam com o Natal e com que ele significa como também pela relevância que ainda tem na vida de todos nós. Bem hajam por isso.

O Natal é a comemoração do nascimento de Jesus, da renovação, da fé, da unidade familiar numa comunhão com os ensinamentos cristãos, com os valores transmitidos ao longo dos anos mas também, de magia, de encanto puro quando vivido e partilhado de coração e com amor.

Acreditar é preciso... É preciso acreditar que o Natal existe em todos nós e de uma forma ou de outra todos alimentamos o sonho, a fantasia, a figura Mítica que o Pai Natal representa. Alimentar essa fantasia é importante; no crescimento e no desenvolvimento dos nossos filhos, revivendo desse modo momentos inolvidáveis da nossa juventude ao mesmo tempo.

O Natal é uma festa religiosa cristã para celebrar (como disse anteriormente) o nascimento de Jesus, a celebração à vida, tendo sido estipulado pela Igreja Católica, o dia 25 de Dezembro no ano 350 (Século IV) através do Papa Júlio, sendo oficializado mais tarde como feriado.

Nos Manuscritos Bíblicos não esclarecedor o dia exacto em que Jesus nasceu, por esse motivo o Natal não fazia parte das Tradições cristãs no início. O Natal só começou a ser celebrado para substituir a festa pagã da Saturnália, que por tradição acontecia entre 17 a 25 de Dezembro. A comemoração do Natal em substituição dessa celebração foi uma tentativa de facilitar aceitação do Cristianismo entre os pagãos. Apesar disso, alguns estudiosos afirmam que Jesus terá nascido em Abril e que a data de 25 de Dezembro foi instituída pelo Imperador Romano Constantino para agradar aos cristãos.

A Saturnália era uma festa dedicada ao Deus de Saturno que durava cerca de quatro dias. Nesse período ninguém trabalhava, ofereciam-se presentes, visitavam-se os amigos e inclusivamente os escravos recebiam permissão para fazerem o que lhes agradasse, sendo servidos pelos amos. Era também coroado um Rei que faria o papel de Saturno. Esta era a festa chamada Saturnália, a qual se realizava nos solstícios de inverno.

É portanto de relevada importância festejar o Natal e todo o simbolismo que representa; A Ceia de Natal, o presépio, a árvore de natal, a troca dos presentes, a música, a iluminação e a figura do Pai Natal, como todas outras decorações natalícias.

Comemoremos então o Natal em família ou com amigos, agradecendo desta forma todas as bênçãos que fomos recebendo ao longo do ano todo. Celebremos então, agradecendo e renovando as nossas esperanças e os votos de felicidade na magia que a época nos trás para que o possamos viver em alegria com um sentimento de fraternidade, carinho e amor, não só neste dia como em todos os dias das nossas vidas.

Neste dia de confraternização, de orações, oremos pelos desprotegidos, pelos sem tecto, pelos sem trabalho, pelos sem pão, pelos sem carinho, pelos doentes, por todos aqueles que de uma maneira ou de outra, foram vítimas das circunstâncias mundanas, como também, por todos os que não sentem amor, para que o possam recuperar neste tempo de paz e de amor incondicional.

Para todos os meus familiares, amigos, conhecidos, leitores e para todo o mundo, os meus sinceros desejos de um Santo Natal, votos de um Feliz Ano Novo. Boas festas.

Deixo-vos este poema de Davide Mourão Ferreira, porque gosto e porque creio ser de relevada importância a época a que o poeta se refere e se poderá contextualizar à época actual em que vivemos.

E.G.



LITANIA PARA O NATAL DE 1967



Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto

Num sótão num porão numa cave imunda

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto

Dentro de um foguetão reduzido a sucata

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto 

Numa casa de Hanói ontem bombardeada



Vai nascer à meia-noite em ponto

Num presépio de lama e de sangue e de cisco

Vai nascer à meia-noite em ponto

Para ter amanhã a suspeita que existe

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto

Tem no ano dois mil a idade de Cristo



Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto

Vê-lo-emos depois de chicote no templo

Vai nascer esta noite à meia-noite

E anda já um terror no látego do vento

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto

Para nos pedir contas do nosso tempo. 

...

Veja também a “Ladainha dos póstumos natais aqui:

https://youtu.be/crDwhjj6raM


DAVIDE MOURÃO FERREIRA


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